Um gajo sabe que não nasceu para trabalhar quando puxa uma hérnia a fazer um diagrama de classes em UML ou transpira só de pestanejar, que já me aconteceu quando joguei ao assassino com o pessoal do escritório, mas com cartas do Uno, mas do carro italiano, que é o antecessor do punto e com gajas em cima do capot, daquelas que um gajo tem que molhar o dedo e esfregar a carta só para lhes ver o chalito (palavra que inventei agora), que aparecem com maiots daqueles à Judas Priest a fazer o camel toe, que é uma cena que só os gajos entendidos em pornografia conhecem e funciona como o estrutural funcionalismo da pornografia, em termos de estilo e isso. Tudo o que eu gosto de fazer não é valorizado pelo mercado de trabalho: gosto de estar deitado, gosto de estar de lado, gosto que me cantem ao ouvido, curto camomila e candeeiros a meia-luz. Mas porque é que não posso transformar nenhuma destas paixões em profissão? Porque o mundo não faz sentido e faz troça cada vez que um gajo diz querer ser feliz e depois diz-nos com espanto: “olha ali um pássaro morto!”, apontando para o ar, e à medida que um gajo olha, inocente, dá-nos um pontapé nos tomates e vai-se embora a sorrir para os amigos. Este tipo de mundo merece ser aquecido com gazes e dióxido de carbono, para não perder a humildade e eu percebo destas merdas das relações porque eu uma vez tive uma namorada e a gaja achava que era boa de mais para mim, talvez por ter três mamilos e eu só ter um testículo e eu, ás vezes, tinha que lhe tirar as muletas e deixá-la cair só para ela não se armar em esperta, apesar de a amar e essas cenas e ás vezes até lhe dava beijinhos na chacha e ela sabia que eu só lhe queria bem, tanto que só chamou uma vez a polícia e foi a municipal, que são gajos que se levam na boa com dois cigarros, mesmo que sejam de mentol, porque o bigode nunca lhes deixa chegar o fumo ao nariz e os gajos não conseguem distinguir um Davidoff de um incêndio na Norauto.
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