O calendário de 2008 é espectacular e não estou a falar dos dias, com uma distribuição quase perfeita dos feriados pelos meses, que também é espectacular e faz lembrar a dentição da Carla Salgueiro, que põe um gajo maluco, com um espaçamento segundo a regra de ouro, perfeito para um gajo entalar o cigarro, ou afiar facas, ou completar um lego, ou cortar aço, ou jogar aos castelos medievais ou essas cenas que a malta com dentes de mentiroso pode fazer, mas estou a falar do calendário que me foi dado pelo pai de um amigo meu, que é mecânico e que já apresentava sinais claros de um nudity overload na oficina e tem gajas todas escachadas, que até há uma (a de Abril) que dá para ver a cor do pâncreas e eu, se fosse ela, ia ao médico, porque, ou ela tem neon nos rins, ou então temos um órgão vital florescente, o que tem estilo, mas é pouco funcional, mas tem uma copa D, o que é estilo o zero na multiplicação e elimina o valor de todas as outras parcelas, isto digo eu, que estou para a matemática como o Rui Gomes da Silva está para o bom senso ou para as personalidades políticas menos parecidas com o Topo Gigio, que agora inventei um novo estilo de humor a que vou dar o nome de humor relacional, em homenagem ás bases de dados, com chaves primárias e chaves estrangeiras entre as piadas, ao estilo do que Ésquilo fez com a tragédia ou isso e vou já registar esta merda antes que algum abutre queira aproveitar isto para enviar para a Oprah e depois dizer que teve uma infância infeliz e teve que canalizar tudo para o humor, que eu tenho o monopólio dessas cenas, assim como de dizer que gosto dos pobres e da malta com as sobrancelhas pegadas.