Eu pensava que era o gajo que melhor assobiava no mundo, isto desde que morreu o José “Chaleira” Gomes, de Trancoso, que assobiava ao respirar, porque o gajo era guloso e comia rebuçados com o invólucro e uma vez uma prata foi-lhe para o sistema respiratório e começou chilrear desde aí e o gajo era asmático e sempre que tinha uma crise parecia que sete camiões das obras estavam a fazer marcha atrás ao mesmo tempo, mas eu agora estou em Viseu e esta malta aqui assobia muito melhor que eu, porque assobiam a falar em xitutxões normais e têm as faxes rojadas e ó caralho, mas é malta simpática, que oferece presunto e as filhas para cear, só que as gajas são estilo peixe balão, um gajo vai lá uma vez e elas incham logo com um filho no lombo e depois um gajo tem que casar, se não leva com um sacho nos cornos e depois tem que se tornar pastor e andar com um tractor no campo e eu nem sequer sei mudar um pneu a um tractor, nem sei se aquilo tem rádio ou isso, porque eu sou um gajo das letras e leio Espinosa para as gajas, mas esta malta do campo só lê Alberto Caeiro, porque o gajo, num poema, cita lá um tasco da terra, onde a TVI deve estar a fazer uma novela, que os transmontanos quando viram a Margarida Marinho pensaram: “a Nossa Senhora está boa comó catano” e mataram logo um bezerro e uma viúva lá da aldeia que só mandava as pessoas para o caralho, que era o estilo de viúvo que eu gostava de ser, mas com artrite nos dedos dos pés, para mostrar ás pessoas quando Portugal ganhasse jogos no europeu, mas com Hélder postiga não me parece, porque já vi o paulo gonzo marcar mais golos com um cântaro equilibrado na cabeça.
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